Terça, 11 de agosto de 2015 às 14:10

Consórcio aguarda liberação para obras na Usina Baixo Iguaçu

Fonte: Jornal de Beltrão

A Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu, que começou a ser construída entre Capitão Leônidas Marques e Capanema, conta com uma estrutura enorme, espaço para abrigar cerca de 1.500 trabalhadores, potencial para contratar 3.000 pessoas e capacidade prevista de produzir 350,2 megawatts de energia - o suficiente para atender uma cidade de 1 milhão de habitantes. Mas isso só se a obra estivesse em funcionamento.
Desde junho de 2014 a construção da usina está parada, surpresa por uma liminar do Tribunal Regional Federal (TRF). A usina quase voltou a ser construída em março, quando o TRF aprovou a retomada, no entanto, surgiram novos empecilhos ambientais e a obra está pela metade, com sua enorme estrutura quase esquecida - mas ainda gerando gastos. Cerca de 150 trabalhadores continuam no local, para garantir a manutenção do canteiro de obras e evitar o desgaste do tempo ocioso.
Segundo Wanda Melo, analista especialista de Comunicação Social do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu - o responsável pela obra -, a equipe não tem previsão para volta aos trabalhos. "Apesar dos esforços envolvidos e a intenção do Consórcio em dar continuidade à construção da usina o quanto antes, ainda não há uma data definida para o retorno das obras."
"Neste momento nossas equipes trabalham para demonstrar que todas as novas condicionantes impostas pelos órgãos ambientais serão atendidas de forma a garantir o bom desenvolvimento da obra e a proteção necessária ao meio ambiente", acrescenta Wanda.
O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu é formado pelas empresas Geração Céu Azul S.A, pertencente ao Grupo Neoenergia S.A, e Copel Geração e Transmissão S.A, pertencente ao Grupo Copel S.A. Ambas as empresas querem retomar o trabalho o quanto antes.

Associação comercial pede a volta das obras
Os municípios vizinhos também não veem a hora das obras - e contratações - recomeçarem. O presidente da Associação Comercial de Capanema, Luiz Vicente Hartmann, conta que, quando surgiu a promessa da construção de uma usina na região, todo mundo ficou com um pé atrás, mas quando as obras realmente começaram, muitos comerciantes investiram em restaurantes, alojamentos e muitos outros setores que se beneficiariam com a construção.
Por alguns meses, o investimento rendeu, movimentado pelas centenas de pessoas que se dirigiram para a região para trabalhar na usina. Mas quando as obras pararam, os empregados começaram a ir embora, as cidades voltaram ao ritmo normal e o investimento começou a virar prejuízo. Isso sem nem mencionar as centenas de desempregados de uma obra que parou de repente.
"A gente continua pedindo para a prefeitura pra verificar se as obras voltam logo, mas estamos no escuro. Veio uma conversa de que ia voltar em agosto, mas agosto chegou e estamos aí. Tem uma informação de que na outra semana vai ter alguma posição. Fora isso não tem mais nada", conta Luiz.

Prejuízo ambiental
Não é mistério que obras de usinas hidrelétricas causam um grande impacto ambiental. É só ver casos de outras obras semelhantes Brasil afora, que tiram moradores de suas residências, inundam grandes propriedades de terra, entre outros prejuízos.
Por isso, cada vez tornam-­se mais interessantes os investimentos nas chamadas "energias verdes", como a eólica e a solar, que causam menos danos ao meio ambiente.
No entanto, as usinas hidrelétricas continuam sendo construídas e ainda são a principal fonte de energia do Brasil - um país que cada vez consome mais energia. Por isso, os órgãos ambientais mantém vigilância acirrada sobre essas obras. É uma maneira de reduzir os prejuízos.
Por isso, o consórcio responsável pela Usina Baixo Iguaçu montou um esquema de redução de danos. "A UHE Baixo Iguaçu desenvolve 32 programas com o objetivo de proteger o meio ambiente e contribuir para que a população mantenha seus vínculos culturais, sociais e econômicos", conta Wanda.
Com esse planejamento e o trabalho do consórcio para atender as demandas dos órgãos ambientais, o grupo tem esperança de voltar à construção em breve. Enquanto isso, "tanto o consórcio quanto a região têm enfrentado dificuldades com a paralisação das obras, uma vez que as expectativas planejadas não se concretizaram. A exemplo disso temos os municípios que neste período deixaram de arrecadar impostos previstos e a diminuição e impacto negativo na geração de empregos diretos e indiretos", finaliza Wanda.



Fonte: Jornal de Beltrão



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