Quarta, 24 de novembro de 2021 às 12:30

BR-163: obra parada, sem perspectiva, mas já incluída no pedágio


 
Incluído no projeto de concessão das rodovias do Paraná a ser licitado no ano de 2022, o trecho da BR-163 entre Cascavel e Marmelândia, distrito de Realeza, está com as obras de duplicação suspensas por tempo indeterminado e sem previsão para conclusão.
 
De acordo com o Dnit, as obras estão suspensas por opção da Sanches Tripoloni, consórcio contratado para a realização da duplicação. O órgão federal informou que emitiu diversas notificações ao consórcio para a retomada das obras, contudo, a empresa alega não ter interesse em retomar o contrato diante do atual cenário orçamentário. O Dnit também informou que já instaurou um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da empresa contratada.

Apesar de informar que as obras estão paralisadas por opção do consórcio, o Dnit admitiu que para a finalização da duplicação é necessário a alocação de recursos. “São necessários os recursos orçamentários para a conclusão da totalidade das obras por parte do governo federal”, informou o órgão.

A reportagem apurou que o maquinário da empreiteira não se encontra mais no canteiro de obras em Capitão Leônidas Marques. Entretanto, o próprio Dnit informou que o consórcio sinalizou com a possibilidade da empresa remobilizar a equipe para dar continuidade aos trabalhos até o final do ano, dependendo somente do interesse da empreiteira.
 
Os principais segmentos que precisam ser finalizados são: cabeceira da ponte sobre o Rio Iguaçu, em Capitão Leônidas Marques, uma trincheira em Santa Lúcia, local onde o tráfego está sendo realizado por um desvio, um contorno em Lindoeste, além das duplicações de faixas entre Lindoeste e o Rio Iguaçu, totalizando 44,5 quilômetros de pista dupla ainda não liberadas.

Procurada, a empresa preferiu não se manifestar sobre a situação.


As obras nesse trecho foram iniciadas em 2014 e, sete anos depois, agora estão paralisadas por conta da falta de repasses de recursos financeiros suficientes para a conclusão. O valor inicial dos investimentos era de R$ 579 milhões, mas o projeto precisou de reajuste financeiro de R$ 127 milhões e subiu para R$ 706 milhões. O avanço financeiro da obra está em torno de 84%, contudo, somente 29,5km, dos 74 quilômetros foram liberados para o tráfego, menos da metade da obra.

O contrato vigente com a empresa para a realização das obras finaliza em 30 de maço de 2022, porém, as obras não serão entregues até a data, que sugere uma nova prorrogação.

Quem utiliza esse trecho da BR-163 percebe que as condições atuais da pista são terríveis, cheias de buraco e mal sinalizadas. Corriqueiramente são registrados acidentes no trecho.

O que chama a atenção é que esse trecho será concedido à iniciativa privada ano que vem e quem passar por ele terá de pagar pedágio. O projeto prevê uma praça em Lindoeste, quase no meio do percurso. E, apesar de boa parte da pista já duplicada, inclusive com pavimentação de concreto, o valor não é barato. A tarifa de partida é de R$ 11,46.
 

Fonte: O Paraná

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