Os agricultores estão intimidados com o aparecimento de onças no distrito de São João do Oeste, em Cascavel. A rotina teve que ser alterada com os rastros e com ataques às criações de propriedades da redondeza. Ontem a Polícia Ambiental vistoriou as áreas e pretende solicitar apoio ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O agricultor Zacarias Müller notou pegadas ao redor da moradia e na pastagem teve um bezerro atacado. "São marcas de unhas cravadas, que rasgaram o couro. Não dá para saber o que realmente provocou o machucado. Estamos atentos a tudo".
Os moradores alegam que a onça está acompanhada de mais dois filhotes, sempre a caça de bichos de estimação e criações. Por medo de ataques, os agricultores adotaram o toque de recolher, antes de o sol se pôr. O gado também fica em estribarias. As ovelhas são protegidas em galpões. Durante o dia, o trabalho é feito na companhia de cães. "Estamos assustados. Vários vizinhos viram o bicho. Têm pegadas por todos os lados", diz o agricultor Odilon Ribas.
O risco de ataques leva os moradores mudarem os hábitos mais simples. É o caso da agricultora Marli Oliveira, que tem duas filhas - uma de 11 e outra de 15 anos - estudantes do colégio que fica a cerca de dez quilômetros de casa. Para proteger as meninas, a mãe acompanha as meninas até o ponto de ônibus. "Acordamos antes das 6h e vamos todos os dias até o encontro do ônibus. Não posso deixá-las sozinhas, todos estamos preocupados com o que pode acontecer", afirma a agricultora que vive há quatro anos na região. Essa é a primeira vez que ela se sente ameaçada pelo animal em extinção. "Já vimos ela, com dois filhotes, da janela de casa. Os rastros estão por todos os lados e são diferentes de cachorros. Elas aparecem sempre, principalmente perto do açude".
Fonte: O Paraná
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