Sexta, 07 de março de 2014 às 08:38

Área apontada de reassentamento para famílias que terras indenizadas com a usina Baixo Iguaçu

Opção descartada fica em Mangueirinha, a 180 quilômetros da usina


Consenso levou à suspensão de visita que seria feita ontem pela manhã a uma área indicada pelo Consórcio Geração Céu Azul como opção de futuro reassentamento a atingidos pela hidrelétrica do Baixo Iguaçu. Representantes das famílias, que iriam até o local, e diretores da empresa entenderam que, diante das circunstâncias, o melhor seria cancelar e procurar outras áreas, segundo o agricultor Sidnei Martini, que é de Capanema.
Além de informações desencontradas, a suspensão ocorreu em virtude de a propriedade ser na região de Mangueirinha, a quase 200 quilômetros de distância. "Consultamos as bases e as famílias afirmaram que não aceitam ser reassentadas em áreas com distância superior a um raio de cem quilômetros". Elas têm disposição de olhar terras nas regiões de Cascavel e de Quedas do Iguaçu, mas não além disso, conforme Sidnei. Diante do impasse, uma nova data foi definida para a apresentação de outras alternativas.
A empresa ETS foi terceirizada pelo Consórcio Céu Azul - formado pela Neoenergia e Copel - para mapear propriedades e criar uma espécie de banco de dados de áreas com potencial para o futuro reassentamento. Com base nos critérios já acordados, cerca de 150 das 1.025 famílias atingidas pelo empreendimento estão automaticamente incluídas no projeto, mas esse número pode aumentar. O requisito mais importante é ter área de até 12 hectares ou de até 20, mas com 10% deles banhados pelo futuro reservatório da usina.
A preferência das famílias é que uma única propriedade fosse comprada para abrigar a todas elas. No entanto, em função da dificuldade de encontrar uma área desse tamanho, elas aceitam ser reagrupadas em menores, com capacidade para cerca de 30 famílias cada. Outro compromisso é que também no dia 12 o Consórcio apresente um novo caderno de preços, com valores diferentes daqueles informados, segundo as normas da ABNT, em setembro.
O primeiro caderno de preços, de agosto de 2012, apresentava como limites valores entre R$ 22 mil e R$ 66 mil, e o segundo de R$ 19,4 mil a R$ 132 mil ao alqueire. No entanto, conforme Sidnei, praticamente nenhuma das famílias atingidas teria acesso à melhor cotação devido ao elevado grau de exigências. A qualidade do solo teria de ser das melhores da região e a situação ótima, ou seja estar distante até cinco quilômetros da cidade e ter acesso à propriedade asfaltado.
As famílias pedem valor de R$ 131 mil ao alqueire, independentemente da localização ou da situação da área. A Usina do Baixo Iguaçu é uma obra do PAC e está orçada em R$ 1,7 bilhão. A fase é a da preparação do canteiro e terraplenagem. Quando estiver pronta, em 2016, atenderá com energia mais de um milhão de habitantes. Hoje, mais de 500 pessoas trabalham na execução do projeto que, no auge, deverá contar com 2,5 mil operários.

Fonte.Oparaná

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