A reunião começou cedo e a expectativa dos representantes do movimento era de encontrar avanços por parte do consórcio responsável pela construção da barragem.
O encontro continuou por todo o período da tarde e terminou por volta das 20horas. Os impasses entre o movimento e as empresas são muitos: um deles é sobre a qualidade e localidade das propriedades para reassentamento apresentada aos atingidos. Trata-se, segundo eles, de terrenos acidentados e com muitas pedras, o que inviabiliza a agricultura.
Para complicar mais ainda, a única área aprovada pelos atingidos, na região de Toledo, foi retirada do quadro de negociações pelos proprietários, segundo a empresa.
O certo é que entra reunião, sai reunião, até agora muito pouco se avançou.
O agricultor e atingido Jardel Ortolan, explica os maiores impasses encontrados na reunião desta quarta-feira, 27 m Curitiba.
Diante de impasses, o Governo do Paraná propôs um recadastramento de todos os proprietários de áreas que vão ser atingidas pela construção da usina Baixo Iguaçu, no Sudoeste do Estado. O objetivo é verificar se as famílias afetadas querem ser indenizadas e continuar na terra remanescente ou se gostariam de receber indenização total, deixando o local onde vivem. Há ainda a possibilidade dos moradores trocarem a área atual por um novo reassentamento. O chefe da Casa Civil do Estado, Valdir Rossoni, participou, nesta quarta-feira, em Curitiba, de uma reunião com integrantes do MAB, o Movimento dos Atingidos por Barragens, e executivos da Neoenergia, empresa responsável pela obra da hidrelétrica. Ele determinou a criação de um grupo de trabalho formado por funcionários da Copel, da Neoenergia e dos proprietários de terras atingidas pela construção da usina, para a elaboração de um termo de compromisso que marque as negociações. De acordo com o chefe da Casa Civil, as famílias devem falar qual é o real interesse delas.
O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, também exigiu que a empresa que realiza a obra apresente, com urgência, novas opções de áreas de terras agricultáveis para o reassentamento de produtores que querem deixar as propriedades.
Mas a proposta sugerida por Rossoni não foi aceita pelos agricultores, pois eles entendem que isso atrasaria mais ainda as negociações.
O agricultor Sidinei Martini também relatou o impasse nas negociações.
USINA – A usina Baixo Iguaçu, com potência de 350 megawatts, deve ser o último empreendimento energético no rio Iguaçu, principal rio paranaense. O investimento é privado e alcança cerca de R$ 1,6 bilhão.
A nova usina ficará cerca de 30 quilômetros à jusante (rio abaixo) da Usina Governador José Richa (Salto Caxias) e terá três unidades. A casa de força ficará no município de Capanema, na margem esquerda do rio e a barragem também atinge o território de Capitão Leônidas Marques.
O reservatório da hidrelétrica terá apenas 31,63 quilômetros quadrados de superfície, considerado bastante pequeno em comparação com outras usinas do mesmo porte. Se descontar a calha do rio, a área efetivamente alagada (e a ser indenizada) é de 13,5 quilômetros quadrados.
Fonte: CATVE, AEN E REDAÇAO INTERATIVA.