Diante disso eles resolveram paralisar a obra mais uma vez, desta vez além de fecharas entradas foram montados acampamento nos acessos ao canteiro de obras, em Capitão pelo acesso a Balsa e em Capanema por terra.
Famílias inteiras, dentre elas pessoas idosos e muitos jovens, passaram a noite em frente as entradas da obra. Alojados em lonas os agricultores buscam seus direitos ainda não atendidos.
Na manhã de hoje a Rádio Interativa mediou uma conversa entre agricultores e o Secretário de Assuntos fundiário Hamilton Serighelli.
O secretário afirma que Ministério Publico já tomou frente do processo e procura saber se as condicionantes ambientais estão sendo cumpridas, e isso, pode gerar mais uma vez a paralização da Obra entre os municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema.
O secretário Hamilton, respondeu algumas perguntas feitas por agricultores que estavam na radio Interativa FM. Ele pediam respostas do secretário que foi atencioso em responder os agricultores.
Em maio, os agricultores já haviam ocupado o canteiro de obras da usina e paralisado as obras. A ocupação, comandada pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), também foi para cobrar definições sobre as indenizações. Quase três meses depois, no entanto, os agricultores voltam a fazer a mesma cobrança.
O agricultor Ailton Padilha, comenta a situação desagradável pelo qual os mesmos se encontram nesse momento.
Em março, o diretor-presidente do consórcio, Felipe Moreira, afirmou que as equipes estavam realizando um trabalho de campo para visitar os proprietários de imóveis rurais que serão atingidos pelo reservatório da usina. Na época, o consórcio tinha cadastrado 415 famílias. Ele afirmou que pretendia ver o processo se desenrolar da forma “mais tranquila possível”, Ailton afirma que visitas foram feitas, mas nenhuma resposta foi repassada aos atingidos.
Os agricultores estão nessa agonia sem saber onde morar após a obra estar concluída.
Segundo Jardel Ortolan, muitos dos agricultores que estão lá relatam estar se sentindo constrangidos por estarem nesta situação, e reafirma o pedido dos agricultores para a interdição da obra.
Até 2018, quando a primeira unidade geradora estará em funcionamento, é preciso estar com essas áreas desimpedidas para poder encher o reservatório. O levantamento ocorre em duas etapas principais. A primeira com o cadastramento das propriedades e o segundo será um laudo de avaliação de cada imóvel a ser indenizado. Segundo Moreira, a negociação é direta com o proprietário do imóvel, sem necessidade de intermediadores.
Construído no rio Iguaçu, entre os municípios de Capitão Leônidas Marques (Oeste) e Capanema (Sudoeste), a responsabilidade empreendimento é de um consórcio formado pela Neonergia e Copel. As obras são de responsabilidade da construtora Odebrecht. O custo total da obra supera a casa de R$ 1,6 bilhão.
Entramos em contato com o consórcio na manha de hoje para uma posição quanto a manifestação de ontem e as cobranças dos agricultores, mas até o fechamento dessa reportagem não havíamos obtido resposta.
Ouça a reportagem completa de Wesley Soares
Fonte: Redação Interativa e CGN