Quinta, 08 de setembro de 2016 às 13:48

Agricultores continuam acampados nas entradas da Usina Baixo Iguaçu e Consórcio divulga Nota de Esclarecimento



O agricultor José Carlos dos Santos vive em um sítio em Capanema há 12 anos, área que será atingida pela barragem. Ele veio parar no local porque devido à construção da usina Salto Caxias, em Nova Prata do Iguaçu, e depois de tanto tempo, está novamente apreensivo com o futuro da família.
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Ele está entre uma das 800 famílias de agricultores atingidos pela barragem da hidrelétrica do Baixo Iguaçu. Diversas casas da região vão sumir por completo.

A usina terá impacto direto sobre cinco municípios: Nova Prata do Iguaçu, Capitão Leônidas Marques, Capanema, Planalto e Realeza. O problema é que desde 2013 e o consórcio energético ainda não chegaram a um acordo sobre o valor da indenização das terras.

Após o cancelamento de três reuniões agendadas em Curitiba, os agricultores atingidos pela barragem decidiram fechar o portão de acesso ao canteiro da hidrelétrica e só vão sair após uma nova negociação. Segundo eles, o preço praticado pela empresa não está nada agradável. Como comenta Sidinei Martini integrante do MAB movimento de atingidos por barragem


Agricultores reclamam do descaso com a empresa e afirmam que há previa indenização, mas a mesma não acontece de forma alguma.


E o descaso continua quando vamos ao local, lá, encontramos crianças e idosos postados em frente às entradas da construção.


O consórcio é formado pela empresa Neoenergia e a Copel. O valor que estaria sendo oferecido é bem inferior ao de mercado, o que inviabilizaria a compra de outra área do mesmo padrão pelas famílias, como afirma Sidinei


Com a presença da PM (Polícia Militar) e a notícia que chegaria um interdito proibitório, o clima ficou tenso em alguns momentos. Mas a promessa do movimento é continuar acampando em frente ao canteiro de obras, até que ocorra uma negociação que os agricultores considerem justa.
Um agricultor que preferiu não se identificar afirma que uma reunião foi marcada para o dia 14 deste mês, e até lá agricultores irão impedir o funcionamento da obra

Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu divulga Nota de Esclarecimento quanto o bloqueio nos acessos à usina
O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (CEBI), formado pelas empresas Neoenergia e Copel, repudia a ação do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens na manhã desta segunda-feira (5), que culminou no bloqueio das estradas de acesso ao canteiro de obras da UHE Baixo Iguaçu. O consórcio sempre manteve canal aberto de diálogo e participou das reuniões agendadas pelo Governo do Estado do Paraná, através do Exmo. Senhor Chefe da Casa Civil, Waldir Rossoni, com a presença do Ministério Público e demais autoridades.
Em função dessas negociações com todos os envolvidos, o CEBI reajustou o caderno de Preços 2013 em 20,06%, após pesquisa de mercado nos municípios envolvidos na área de implantação da Usina Baixo Iguaçu, e apresentou 11 áreas para reassentamento, sendo que duas destas áreas foram visitadas com representantes da Comissão dos Atingidos e do Governo do Paraná, conforme especificações que atendem às necessidades dos reassentados.
O CEBI reafirma seu compromisso com o diálogo, mas rejeita qualquer ação de força que venha a interferir no processo de negociação entre as partes, que até aqui se deu num ambiente de respeito e paz. O consórcio retornará prontamente às negociações tão logo cesse o bloqueio da estrada de acesso, e informa que já providenciou todas as medidas legais para garantir a entrada e saída de máquinas e colaboradores do canteiro de obras. Providenciará, ainda, todas as medidas a fim de responsabilizar os culpados por eventuais danos.


Os agricultores ficaram sabendo dessa nota e sem mostraram revoltados com a mesma.

Redação Interativa, CATVE e Assessoria de Comunicação UHE Baixo Iguaçu 
 

Fonte: Da Redação

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