O valor mínimo para o arremate é de R$ 137,5 milhões. Se não houver interessados, as mesmas unidades devem ser leiloadas individualmente em nova data. A venda dos chamados ativos da cooperativa representa o desfecho de um processo de liquidação extrajudicial iniciado em março do ano passado.
Segundo o advogado Anderson Piaseski, representante jurídico da Cooperxanxerê, as dívidas da cooperativa já somam aproximadamente R$ 120 milhões. O cenário econômico, as mudanças no câmbio e a alta no preço dos grãos foram fatores que contribuíram para a instabilidade financeira do grupo.
—Ainda não temos um cálculo de credores consolidado, os R$ 120 milhões são uma estimativa. A expectativa é de que a venda cubra o valor da dívida e o que sobrar seja administrado pelos cooperados — diz Piaseski.
Quem comprar as unidades da cooperativa não herdará as dívidas já formalizadas. Conforme Piaseski, os futuros donos vão assumir as operações a partir de uma razão social diferente. O período de transição do controle para os próximos gestores deve variar entre 90 a 120 dias.
Apesar da dívida milionária, a atual gestão da cooperativa informa ter mantido empregos e melhorado os indicadores nos últimos meses. Hoje, a Cooperxanxerê mantém cerca de 600 funcionários e 150 associados. A cooperativa está habilitada para exportar suínos para os mercados como o da Argentina, Uruguai, Paraguai, Cuba, Equador e Hong Kong.
Os responsáveis pela condução da cooperativa no processo de liquidação garantem que precauções foram tomadas para que as atividades e operações da Cooperxanxerê sejam mantidas após o leilão. O investimento mais recente dos cooperados foi a marca Satiare, com área de produção em Nova Prata do Iguaçu (PR) para a industrialização de carnes.
A unidade foi projetada para que os produtos da marca alcancem países do Mercosul e está habilitada para a chamada lista geral. Trata-se da unidade mais valiosa na lista do leilão, avaliada em R$ 43,1 milhões.
A Unidade Satiare Alimentos em Nova Prata do Iguaçu (PR): indústria de alimentos processados tem capacidade: 3 mil toneladas/mês e está avaliadao: R$ 43,1 milhões.
O LEILÃO
Dia 18 de maio, no Auditório 1 da Associação Comercial e Industrial de Chapecó.
HISTÓRICO
Fundada em janeiro de 1997 por um grupo de suinocultores de Xanxerê e região. Iniciou com armazenamento, beneficiamento e comercialização de cereais e suínos. Mais tarde, aderiu ao sistema de integração e parcerias com suinocultores, com produção de animais para reprodução e comercialização de sêmen. Em 2000 foi construída a fábrica de ração. Além dos cooperados, incorporou outras unidades, Unibon e indústria de embutidos Satiare, além da fábrica de ração própria.
ESTRUTURA
Mais de 150 associados e cerca de 600 funcionários.
VALOR
O arremate mínimo é de R$ 137,5 milhões
UNIDADES EM LEILÃO
Sede administrativa em Xanxerê: escritório, armazenamento, beneficiamento e comercialização de cereais e fábrica de rações.
Capacidade: 5 mil toneladas de armazenagem de grãos/dia, 350 toneladas de beneficiamento de grãos/dia e 270 toneladas de ração/dia.
Avaliação: R$ 33,1 milhões.
Frigorífico Unibon em Xanxerê: abate e industrialização de suínos.
Capacidade: 1.047 suínos no abate/dia e 600 desossas suínos/dia.
Avaliação: R$ 28,5 milhões
Unidade Satiare Alimentos em Nova Prata do Iguaçu (PR): indústria de alimentos processados.
Capacidade: 3 mil toneladas/mês.
Avaliação: R$ 43,1 milhões.
Unidade Dourados/MS: armazenamento, beneficiamento e comercialização de cereais e fábrica de rações.
Capacidade: 15 mil toneladas de armazenagem de grãos/dia, 700 toneladas de beneficiamento de grãos/dia, 150 toneladas de ração/dia.
Avaliação: R$ 32,6 milhões.
Fonte: Click RBS