Quinta, 27 de novembro de 2014 às 08:19

Dnit vai contratar empresa para fiscalizar obras na BR 163

Fonte: Jornal O Parana

Fonte: Jornal O Parana

Não é por acaso que o Brasil faz jus à fama de país atípico em relação ao resto do mundo. O governo e os políticos costumam dar provas contundentes desse status de contraditório. Uma licitação anunciada pelo Dnit, pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas, pretende terceirizar a responsabilidade do órgão nas obras de duplicação da BR-163, inicialmente nos 38,9 quilômetros entre Toledo e Marechal Cândido Rondon.
O edital, com abertura de propostas prevista para esta semana, é para contratar empresa à execução dos serviços de supervisão das atividades de elaboração de projetos e obras de arte da 163. Além da empresa que vai executar a obra em si, o Dnit quer outra para fiscalizar os trabalhos, função que ele deveria exercer. Não há valor específico, no edital, à contratação da empresa.
O trecho de 38,9 quilômetros prevê investimento de R$ 306,5 milhões. O consórcio vencedor é o Técnica Viária/Castilho, de Curitiba, que tem 1.080, depois do início, para entregar o trabalho. Outro trecho, de 74 quilômetros, implantará pista dupla entre Cascavel e Marmelândia. O valor é de R$ 579 milhões e os trabalhos serão executados pela Sanches Tripoloni/Maia Melo.

Os motoristas que trafegam frequentemente pela BR-163 entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra já estão acostumados com o movimento de trabalhadores na melhoria das pistas e em obras de aumento de capacidade de fluxo. Apesar do tráfego lento, o que preocupada os condutores, principalmente os caminhoneiros, não é a lentidão, mas a qualidade dos serviços, uma vez que, segundo eles, existe o receio entre a classe que tão logo as obras estejam prontas cederão rapidamente.
O temor é baseado nas recentes obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que depois de concluídas precisam frequentemente de manutenção. Há mais de 20 anos na boleia, o caminhoneiro Sergio Bobato não tem dúvidas: "A obra não vai durar muito tempo. A camada é muito fina, não acredito que seja um serviço de qualidade", avalia Bobato.
Transportador de grãos há décadas, o caminhoneiro Alecir Cerezolli, comenta que o receio dos condutores é por conta das constantes manutenções das obras que são feitas na rodovia. "É difícil passar pela BR-163 e não ter trabalhador mexendo, tapando buraco ou corrigindo alguma coisa. É sempre aquele caos", pontua.
Segundo ele, porém, os motoristas também têm sua parcela de culpa. "Há muitos que acabam excedendo o peso da carga, o que acelera a deterioração da pista", observa.
Conforme os profissionais que atuam nas obras, a pista recebe duas camadas e uma capa, o que deve garantir durabilidade e segurança aos condutores.
A liberação de R$ 198 milhões pelo Crema 2 - Programa Contratação, Restauração e Manutenção de Rodovias, feita pela União, não é suficiente para solucionar os problemas da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon e no trecho entre Cascavel e Marmelândia. O valor é repassado à empresa Consórcio Dalba-sulcatarinense, contratada desde 2 de maio de 2013, com vencimento previsto para 5 de abril de 2018, pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para garantir a manutenção.
Os 92 quilômetros que ligam Cascavel a Marmelândia, distrito de Realeza, no Sudoeste do Paraná, passam, há mais de dois meses, por uma grande restauração. Aparentemente, o trabalho executado nesse período teve como finalidade melhorar as condições da via e eliminar os enormes e inúmeros buracos que o trecho apresentava.
Em alguns pontos, o serviço já foi finalizado, entretanto, as fortes chuvas registradas no mês passado na região já deterioraram a malha rodoviária próxima ao posto da PRF, em Lindoeste. Nesse trecho é possível encontrar novos buracos e ondulações na pista, causados em grande parte pelo intenso fluxo de veículos, principalmente caminhões, a falta de balanças de pesagem para o controle de cargas e a utilização de materiais de baixa resistência durante a restauração, que não durou nem um mês. Hoje, as obras ocorrem próximo ao trevo que dá acesso a Santa Tereza do Oeste.
As intervenções do Crema 2 pretendiam melhorias mais amplas neste trajeto, aumentando sua capacidade viária com a implantação de terceiras-faixas, concentradas, principalmente, nas "subidas" do Rio Iguaçu. Os estudos para a definição dos locais de implantação das terceiras-faixas foram definidos a partir da análise da capacidade de tráfego, conforme aponta o Dnit.







 

 

 

 

 

 

 

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