Quinta, 02 de abril de 2015 às 08:21

Morosidade da União pode levar caminhoneiros a realizarem novos bloqueios

BR 163 também poderá ser fechada novamente


Mais uma vez, uma reunião que pretendia encerrar as negociações entre o governo federal e os caminhoneiros terminou sem acordo. Os motoristas autônomos saíram insatisfeitos com a proposta da União em adiar a decisão sobre a tabela referencial do frete. O que era para ser encerrado ainda na semana passada, agora só será discutido em 22 de abril, em Brasília. O governo também estendeu o prazo para disponibilizar outro benefício à categoria: as isenções de IPVA, ICMS e IPI para transportador autônomo, conforme o Comando Nacional do Transporte, movimento criado logo após os primeiros bloqueios das rodovias federais, em fevereiro. Segundo o movimento, essa lei já beneficia os taxistas - condutores autônomos - e viabilizaria a todos os caminhoneiros a renovação da frota. O CNT destaca ainda que a isenção proporcionaria a economia anual de 35% da receita do transportador, e diminuiria em 30% o custo de um novo veículo para transporte rodoviário. A contenção de gastos na aquisição do caminhão, de acordo com os representantes do Comando, estende-se ainda ao combustível, vida útil de pneus, mais agilidade e competitividade no mercado de trabalho e menos custo com manutenção. Essa espera agora é reforçada por um novo indicativo de greve. Os caminhoneiros ameaçam parar novamente em 23 de abril. A iniciativa é, principalmente, dos motoristas autônomos. No Sudoeste do Paraná, o Sindicato dos Transportadores Autônomos se organiza para parar. Conforme o secretário Idair Parizotto, a indefinição da reunião em Brasília infelizmente pode ser o estopim para novos protestos e interdições. "Se o governo federal não cumprir com o combinado, as estradas vão ser trancadas novamente. Agora, estamos muito mais organizados que da outra vez, com um grupo de 400 pessoas espalhadas pelo Brasil. No mínimo, as manifestações começam com 200 bloqueios nas rodovias federais", relata Idair. Na região, a BR-163 no trecho entre Marmelândia- Realeza e Barracão será o principal ponto de interdição do sindicato. O Movimento dos Motoristas Autônomos do Oeste paranaense também pode aderir às paralisações. Com isso, transportadores de Medianeira, Matelândia, Vera Cruz do Oeste e Santa Helena interrompem seus serviços.
O transporte no Brasil parou nos primeiros dias de fevereiro com o início da greve dos caminhoneiros. De Norte a Sul, motoristas interromperam a passagem de grãos, insumos, combustível, medicamentos, hortifrutis e demais produtos, gerando uma crise de desabastecimento que só foi restabelecida depois de quase sete dias após o encerramento da greve. Nesse período, apenas as cargas vivas eram liberadas. Entretanto, o propósito dos mais radicais para os possíveis bloqueios de abril é proibir a passagem de qualquer tipo de carga. Segundo o Comando Nacional do Transporte, a paralisação é uma maneira de acabar com as injustiças cometidas pelo governo federal à categoria. E o CNT ainda orienta que "quem se sentir traído pelo governo, que pare seu caminhão já".


Fonte: Jornal O Paraná

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