Segunda, 31 de outubro de 2022 às 12:34

Luiz Inácio Lula da Silva é eleito presidente da República; Capitão tem maioria dos votos para Bolsonaro


O candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva, de 77 anos, foi eleito neste domingo (30) presidente da República pela terceira vez, após superar no segundo turno o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

O petista sustentou a vantagem nas urnas obtida no primeiro turno. Em 2 de outubro, Lula obteve 48,43% dos votos totais, contra 43,2% do atual mandatário. Na ocasião, isso representou uma diferença de quase 6,2 milhões de votos. O número de votos nulos chegou a 2,82%, e o de votos brancos, a 1,59%.

Neste segundo turno, com 99,66% das urnas apuradas, Lula recebeu 50,88% dos votos válidos e Bolsonaro 49,12%.

Lula e Bolsonaro protagonizaram a primeira eleição da história do Brasil disputada por dois políticos que já comandaram o país. O ex-metalúrgico exercerá seu terceiro mandato tendo como vice um ex-adversário, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).

O resultado confirmou o favoritismo do petista apontado na maioria das pesquisas de intenção de voto.

Desde que restabeleceu seus direitos políticos em 2021 após anulação das condenações da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente ganhou força na disputa e buscou construir uma “frente ampla” de oposição a Bolsonaro.

No segundo turno, ele conseguiu o apoio da terceira colocada na disputa à Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB).

Durante a campanha, Lula formou uma coligação com dez partidos que, além do PT, abarcou o PSB, Solidariedade, PCdoB, PSOL, Avante, PV, Rede, Pros e Agir.

Com o resultado, Bolsonaro se torna o primeiro presidente ocupante do cargo a sair derrotado na tentativa de se reeleger. Desde que o instituto da reeleição foi aprovado pelo Congresso, em 1997, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998; Lula, em 2006; e Dilma Rousseff (PT), em 2014, conquistaram um segundo mandato.

O atual chefe do Executivo não conseguiu superar a rejeição ao seu nome nas urnas. Seu governo atravessou a pandemia de Covid-19, que provocou quase 700 mil mortes no país, e a guerra entre Rússia e Ucrânia, que contribuiu para elevar os preços das commodities, como combustíveis e alimentos. O mandato do presidente também foi marcado por tensões com o Judiciário.

Em Capitão Leônidas Marques o domingo de eleições foi bastante tranquilo, sem alterações nos locais de votação, como confirmou o Juiz Eleitoral - Dr. Fernando Porcino Gonçalves Pereira.

Já no que diz respeito a segurança publica, apenas uma discussão entre fiscais de partidos foi registrada em Capitão, mas foi rapidamente resolvido pela PM através de orientação.

O 2º Tenente Joeckel da Policia Militar, falou sobre a segurança no pleito em Capitão.

No município de Capitão o cenário foi de vitória do atual presidente Jair Bolsonaro nos dois turnos. No 1º turno, Bolsonaro fez 4.547 votos em Capitão, já Lula teve 4.121 votos. No segundo turno, Bolsonaro teve 5.076 votos, 529 votos a mais ante o 1º turno. Já Lula teve 4.235 no segundo turno, aumento de 114 votos.

No estado do Paraná também houve vitória de Bolsonaro, foram 62,40% contra 37,60% do candidato Lula. Os estados da região Sul, inclusive, foram amplamente dominados por Bolsonaro. Em Santa Catarina o presidente teve 69,27% e Lula teve 30,73% dos votos válidos. Já no Rio Grande do Sul, Bolsonaro teve 56,35% dos votos e Lula 43,65% dos votos.

Bolsonaro venceu ainda nos seguintes estados:

Sul: Paraná, Santa Catariana e Rio Grande do Sul.

Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal;

Sudeste: Espirito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Norte: Acre, Amapá, Rondônia, Roraima.

Já Lula, teve muita vantagem na região norte e nordeste e ainda conseguiu virar em Minas Gerais nas ultimas urnas apuradas.

Lula venceu nos seguintes estados:
Sudeste: Minas Gerais;

Norte: Amazonas, Pará e Tocantins.

Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

No Total, Lula ganhou em 13 estados e Bolsonaro também em 13 estados e no Distrito Federal.

Foram pouco mais de 2 milhões de votos de diferença entre os dois candidatos,  no total foram 118.552.353 votos válidos e a abstenção 32 milhões de pessoas, mais de 20% do eleitorado apto a votar. Pela primeira vez em uma eleição presidencial mais eleitores compareceram às urnas no segundo turno do que no primeiro.

Neste domingo, a abstenção foi a menor registrada em um segundo turno desde 2006. Naquele pleito, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (à época no PSDB) se enfrentaram, 18,99% dos eleitores deixaram de votar.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu à 0h18 desta segunda-feira, 31, pelo horário de Brasília, a apuração dos votos do segundo turno das eleições brasileiras para o Palácio do Planalto. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos). Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve 58.206.354 votos (49,10%).

Às 19h56, Lula foi matematicamente eleito, uma hora e doze minutos depois de virar a apuração contra Bolsonaro. Lula derrotou Bolsonaro nas urnas pela margem mais apertada de votos desde a redemocratização. Foi também a primeira vez que um presidente não conseguiu se reeleger.

Líderes da América Latina se manifestaram, ainda ontem, cumprimentando o petista. "Viva Lula", tuitou o colombiano Gustavo Petro, que em junho foi eleito o primeiro presidente de esquerda de seu país.

O presidente argentino, Alberto Fernández, disse no Twitter que a “Sua vitória [de Lula] abre um novo tempo para a história da América Latina. Um tempo de esperança e de futuro que começa hoje mesmo".

"Parabéns irmão", escreveu o presidente boliviano, Luis Arce. "Sua vitória fortalece a democracia e a integração na América Latina."

"A democracia venceu hoje no Brasil", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cujos laços com Lula foram frequentemente citados por Bolsonaro para questionar o compromisso do PT com a democracia.

A vitória de Lula disparou entre aliados do petista, nos bastidores, a bolsa de apostas sobre quem serão os futuros ministros dele a partir de janeiro de 2023.

Para o Ministério da Fazenda, aliados citam quatro cotados: Fernando Haddad, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), o ex-ministro Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin (PSB), eleito vice-presidente.
Alckmin, por sinal, deve indicar o futuro ministro da Saúde. O nome favorito dele para o cargo é o do infectologista David Uip, que foi secretário estadual da Saúde quando Alckmin era governador.

Para a Casa Civil de Lula, dois nomes despontam como favoritos nos bastidores: o de Wellington Dias (PT), eleito senador pelo Piauí este ano, e o deputado estadual paulista Emídio de Souza (PT).
 
No caso de Simone Tebet (MDB), a aposta é de que a senadora poderá assumir o Ministério da Agricultura ou alguma pasta ligada à área social.
 
Anulação das condenações: o início do pleito para Lula
Alvo de investigação e condenação na Operação Lava Jato, Lula foi preso em abril de 2018, condenado sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação envolvendo o triplex de Guarujá (SP).

Segundo o Ministério Público, ele teria recebido propina da OAS em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. O pagamento teria sido feito, segundo a acusação, com a reserva e reforma de um apartamento na cidade do litoral paulista.

Antes de se entregar à Polícia Federal, Lula se cercou de aliados e apoiadores no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Parte de seu entorno queria que o petista resistisse à prisão e buscasse asilo em alguma embaixada estrangeira, mas ele optou por se entregar.

O ex-presidente permaneceu por 580 dias na prisão, em Curitiba, até novembro de 2019.
 

Fonte: Da Redação / CNN / UOL / Agência Brasil

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