"A cena agora é de reconstrução", aponta o diretor assistencial da Defesa Civil de Nova Prata do Iguaçu, Sérgio Faust. "Os moradores das áreas atingidas pela abertura das comportas da Usina de Salto Caxias começaram a voltar para avaliar a situação na terça-feira, quando a água já estava mais baixa. Mas até ontem [quarta-feira], muitos ainda não puderam se aproximar das casas, ainda alagadas", completou. "Só não tivemos uma tragédia pior porque a água foi liberada durante o dia e as pessoas puderam procurar algum lugar para se proteger."
De acordo com o levantamento da Defesa Civil, 150 famílias foram atingidas e nove casas foram totalmente destruídas pela água. A situação mais crítica é a das comunidades de Vila Salete, Salto Caxias, Nova Vitória e Barra do Quieto. O levantamento prévio indica ainda que ao menos 200 bovinos de leite morreram na enchente. "Algumas pessoas ficaram ilhadas nos telhados das casas e tiveram que ser resgatadas com a ajuda de barcos", lembra Faust ao observar que em alguns pontos o nível do rio subiu mais de cinco metros.
A Copel, responsável pela hidrelétrica, explicou que a abertura das comportas foi necessária para evitar que a água transbordasse o limite da represa, o que se acontecesse poderiam ter provocado prejuízos ainda maiores na região, justifica. "As decisões tinham que ser rápidas e havia uma certa dificuldade de contatar as famílias. Também tivemos dificuldade para mobilizar as nossas equipes", explicou o diretor de geração de energia da Copel, Sérgio Lamy, ao anunciar que as famílias atingidas pela cheia serão realocadas. Houve estragos também em Capitão Leônidas Marques.
O número de municípios atingidos pela chuva no Paraná aumentou de 135 para 148, segundo o boletim da Defesa Civil, divulgado nesta quinta-feira (12). Ao todo, 578.220 pessoas foram atingidas pelo temporal. Onze morreram e não há mais pessoas desaparecidas. O último boletim foi divulgado às 12h desta quinta.
Em todo o estado, 130 cidades decretaram situação de emergência. Em todo o estado, 107 pessoas estão feridas, 5.204 estão desabrigadas e 32.728 desalojadas. Os prejuízos materiais causados pela chuva já ultrapassam os R$ 600 milhões e, conforme a estimativa da Defesa Civil, o valor pode alcançar a casa de R$ 1 bilhão. Donativos para os atingidos estão sendoarrecadados em vários pontos do estado. Há necessidade de colchões, cobertores, roupas de cama, fraldas, água, materiais de higiene e limpeza, roupas, cestas básicas, entre outros.
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