Quinta, 19 de dezembro de 2013 às 11:32

Familia de Capitão decide doar órgãos de filha morta em colisão

A jovem foi vitima de acidente em Boa Vista da Aparecida

Foto:  "Há pouco tempo ela disse que gostaria de fazer uma carteirinha declarando ser doadora de órgãos", diz a mãe, que é dona de casa em Capitão Leônidas Marques



A dor foi transformada em solidariedade por meio da doação de órgãos feita pela família de Capitão Leônidas Marques. Ontem uma equipe de profissionais do Incor (Instituto do Coração), de São Paulo, esteve em Cascavel para a captação no HU (Hospital Universitário) de Cascavel. A estudante Maria Inês Maya da Silva, 18 anos de Capitão Leônidas Marques, ficou cinco dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), após um grave acidente de trânsito na PR-484 em Boa Vista da Aparecida. Ela estava em um carro que atingiu um caminhão. Devido o traumatismo craniano, ontem foi constatada a morte da jovem que acabou de concluir o ensino médio e sonhava com a carreira médica.

A dona de casa Lúcia Garcia dos Santos da Silva, mãe da garota, decidiu doar todos os órgãos. "Não esperávamos nunca que isso iria acontecer, mas Deus teve outros planos. Reunimos a família e decidimos que iríamos doar os órgãos. Em poucas palavras, era o desejo dela. Inclusive, há pouco tempo ela disse que gostaria de fazer uma carteirinha declarando ser doadora de órgãos", diz a mãe.

Foram captados rins, córneas, globos oculares, pâncreas, fígado e o coração, que foi prontamente transplantado em uma adolescente entre 12 e 13 anos, de São Paulo. Os demais órgãos ficaram no Paraná. O transporte do coração teve que ser feito rapidamente. Um helicóptero foi usado pela equipe de profissionais e para agilizar a ação o trânsito foi interrompido até o aeroporto. Os agentes da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) interromperam o fluxo da Avenida Tancredo Neves e escoltaram o veículo com o órgão.



A última doação de coração foi há cinco anos, no HU. Os familiares acompanharam emocionados ao deslocamento dos médicos com o coração da jovem. "Era o desejo dela, e sempre respeitamos", afirma o irmão, João Maya da Silva.

A mãe, mesmo com a dor da perda, trata a doação como uma homenagem à garota. "É o que podemos fazer. Ela vai salvar vidas, com os órgãos. É um gesto que as famílias deveriam copiar. Sinto muita dor, mas espero ajudar outras famílias. Ninguém sabe quando vamos precisar".

O corpo esta sendo velado na Capela mortuária de Capitão. O sepultamento dar se hoje às 17hs no Cemitério Municipal.



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