Sexta, 27 de abril de 2018 às 14:30

Capitão 54 anos: Hoje entrevista do ex-prefeito Lino que entre suas conquistas implantou a Comarca



 
 ENTREVISTA
Na série de entrevistas do Jornal Correio do Povo Paranaense (Especial do Aniversário do município de Capitão – 54 anos), entrevistamos o senhor José Lino Bergamim, o qual foi o quinto prefeito à comandar o município de Capitão L. Marques. Sua gestão foi de 1983 à 1988. Hoje, Lino tem 65 anos e ainda mora em Capitão.
 
**Jornal Correio do Povo Paranaense - Em que ano o senhor mudou-se para Capitão? E, de onde o senhor veio?
José Lino Bergamim – Nós morávamos em Barbosa Ferraz, norte do Paraná. Viemos para Capitão em março de 1974, junto com meus pais e irmãos e em 1975 já conheci minha esposa e me casei, e aqui constitui minha família, tenho dois filhos.
 
**Jornal Correio do Povo Paranaense - Qual era a sua profissão, no que o senhor trabalhava, quando veio morar em Capitão?

José Lino Bergamim – Trabalhávamos na agricultura e na pecuária e até hoje trabalho nisso.
 
**Jornal Correio do Povo Paranaense - Porque o senhor veio morar em Capitão? O que atraiu o senhor para cá?
José Lino Bergamim – Nós tínhamos uma indústria grande de trigo no norte do Paraná e tivemos um problema, ela incendiou em 1972. Meus pais desanimaram e nós tínhamos parentes que moravam aqui, então meu pai veio pra cá e comprou um pedaço de terra, e estamos aqui até hoje.
 
**Jornal Correio do Povo Paranaense - Porque o senhor se candidatou para prefeito? Qual era o partido? Como que o senhor entrou na política?
José Lino Bergamim – Desde criança gostava de estar envolvido em movimentos sociais. Quando criança, meu apelido era prefeitinho, e eu nem sabia o que significava. Fui candidato pela primeira vez com 24 anos, vivíamos no regime militar, fui perseguido e até chamado de comunista. Na época disputei com o Assis Zeni e perdi a eleição, depois em 1982, me candidatei novamente pelo MDB e venci. Em 1998, me candidatei novamente, mas fui derrotado, depois não quis mais.
 
 **Jornal Correio do Povo Paranaense - Sobre o período que o senhor foi prefeito. O senhor foi o quinto prefeito de Capitão. A sua gestão foi nos anos 80. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas como prefeito?
José Lino Bergamim – Foram todas as possíveis. O prefeito que me antecedeu leiloou os veículos e as máquinas para pagar os funcionários. Conseguimos colocar uma máquina em funcionamento apenas 60 dias depois de ter assumido. Os veículos para ir pro interior eram veículos da igreja e veículos de terceiros, cedidos pela população. O povo começou a se unir, fizemos uma campanha de diesel, mais de 40 mil litros de diesel foram doados pela população. Outra dificuldade foi em que naquele ano, Boa Vista da Aparecida se emancipou e o primeiro prefeito – Cícero Barbosa Sobrinho – não quis nenhum funcionário, mandou todos para Capitão, eram ao todo 110 funcionários, e eu tive que assumir todos, e o pior, os professores da rede estadual estavam com atraso de 11 meses. Foi um ano difícil, mas aos poucos, foi se ajeitando.
 
 **Jornal Correio do Povo Paranaense - Na área de saúde, o município tinha hospital? Tinha médicos que atendiam em Capitão?
José Lino Bergamim – Na verdade, a área hospital, assistência médica era melhor que hoje, tínhamos a equipe do Dr. Tranin que atendi na então Policlínica e também tinha o hospital da Fundação, que existe até hoje.
 
 **Jornal Correio do Povo Paranaense - Quando o senhor era prefeito, como era a estrada que ia para Cascavel e para Realeza? Quais as dificuldades que os moradores de Capitão enfrentavam para ir a Cascavel e as outras cidades da região?
José Lino Bergamim – A BR já existia. A ponte do rio Iguaçu foi inaugura em fevereiro de 1983. A dificuldade maior era as estradas do interior, o acesso era bem difícil.
 
 
**Jornal Correio do Povo Paranaense – Quais as principais obras realizadas no seu mandato?
José Lino Bergamim – Consegui construir dois ginásios, um em Capitão e o outro em Santa Lúcia (pertencia à Capitão). Todo o asfalto da Avenida Iguaçu foi realizado na minha gestão e o acesso para a rodovia (pela Coopavel), também foi feito no meu mandato. Na educação, foram 47 salas de aula de alvenaria construídas.
Outro fato importante da minha gestão foi a implantação da Comarca, em outubro de 1988. Foram três anos de luta, pois a legislação exigia 10 mil eleitores e tínhamos cerca de 8.500 na época. Fizemos uma grande campanha e conseguimos, era um anseio do povo, pois ora pertencia à Capanema, ora pra Cascavel.
Fizemos mais de 100 casas populares; a construção do posto de saúde no então distrito Santa Lúcia e a construção da Praça São Cristovão.  
 
 

Fonte: Redação

Veja também: