Alguns moradores de Capitão Leônidas Marques, entraram em contato com o departamento de jornalismo da Rádio Interativa FM, relatando a aparição de caramujos gigantes em alguns bairros da cidade.
A nossa produção recebeu algumas fotos que foram tiradas pelos moradores que estão preocupados com a infestação desses animais.
Alguns registros foram feitos na região da cidade baixa, bem próximo ao Colégio Estadual Antônio de Castro Alves. Segundo os moradores, vários caramujos gigantes foram vistos em alguns terrenos daquela região.
A nossa reportagem esteve naquela região e pudemos observar os caramujos em paredes de estabelecimentos, em meio a hortaliças, gramados e muitos deles em meio a restos de entulhos e troncos de madeiras.
Alguns moradores relataram que alguns caramujos chegam a pesar aproximadamente meio quilo.
Alguns moradores relataram que alguns caramujos chegam a pesar aproximadamente meio quilo.
Nós apuramos que os caramujos encontrados naquela região trata-se do caramujo gigante africano (de nome científico Achatina fulica) é um molusco da classe Gastropoda, de concha cônica marrom ou mosqueada de tons claros. O nome caramujo é incorreto, já que caramujos são moluscos de água doce e como esses encontrados em Capitão Leônidas Marques é um molusco terrestre pulmonado, o correto seria denominá-lo caracol-gigante-africano.
Quais os riscos oferecidos pelo caramujo africano?
Existem doenças que podem ser transmitidas pelo caramujo africano. Uma delas é chamada de meningite eosinofílica, causada por um verme [Angiostrongylus cantonensis], que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões. O ciclo da doença envolve moluscos e roedores. No Brasil não há registro de nenhum caso da doença, que já foi verificada em ilhas do Pacífico, no Sudeste Asiático, na Austrália e nos Estados Unidos.
Qual o risco de os caramujos africanos passarem a transmitir as doenças?
No atual estado do conhecimento, podemos afirmar que o risco do caramujo africano transmitir estas doenças é muito pequeno. Mesmo assim, é preciso todo o cuidado ao manusear os moluscos encontrados livres no ambiente, que em hipótese nenhuma devem ser ingeridos. Além disso, deve-se lavar bem as hortaliças e deixá-las de molho em uma solução de hipoclorito de sódio a 1,5% [uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água filtrada] por cerca de 30 minutos, antes de serem consumidas.
Que cuidados devemos tomar?
A principal providência a ser tomada é o controle pela catação. O uso de pesticidas não é recomendado em função da alta toxicidade dessas substâncias. A melhor opção é a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. Este procedimento pode ser realizado nas primeiras horas da manhã ou à noitinha, horários em que os caramujos estão mais ativos e é possível coletar a maior quantidade de exemplares. Durante o dia, eles se escondem para se proteger do sol.
Como eliminar os caramujos depois da catação?
O sal, que seria uma opção para eliminar os moluscos, não é recomendado porque seu uso em excesso prejudica o solo e plantio. O Plano de Ação para o Controle de caramujos africanos do Ibama, recomenda que após a catação, os moluscos devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados.
Outras opções são jogar água fervente num recipiente para matar os caramujos recolhidos ou incinerar, desde que estes procedimentos sejam realizados com segurança. O material pode ser ensacado e descartado em lixo comum, mas é preciso quebrar as conchas para que elas não acumulem água e se transformem em focos de mosquitos, como o Aedes aegypti, vetor do vírus do dengue.
Outra dica importante para se evitar a proliferação desse caramujo é evitar lixo em quintais, jardins e terrenos.
Fonte: Da Redação